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PRIMEIRO REATOR DO BRASIL
PODERÁ OPERAR COM URÂNiO
A(, que tudo indica e segundo esclareceram tÁcnicos lçodos 00 setor do energia atômi-
ca, a prirr-eiro central nuclear brasileira provàvelrnente util.z oró reatores de água leve, tendo
o uránio en- iouecido como combustivel.
Esse informação vem corroborar o anunc.iado anteriormente pelo então Ministro dos Mi-
ias e Energia, general Costa Cavalcânti, quando de regresso de uma viagem pelo Europa e
Estados Unidos, onde foi conhecer e estudar os novos métodos Que estão sendo utilizados em
todo o mundo.
AL TEP t..JATIVAS
POIa os condições econômicas e de dispon-bilidodes minerais e materiais do Brasil, acre-
ditam os técnicos que, além do tipo de reator que utihzo a água leve e o urânio enriquecido -
que é G empregado na maioria dos paises - poderéio ainda ser considerados como viáveis os
de óquo pesada, utilizando o urânio natural como cornbustivel: os de alto temperatura e 06
chamados avançados refrigerados a gás.
Entretanto, segundo essas fontes, a decisão final só será conhecido após o divuigação do
relctorio de um Grupo de Trabalho criado pelo Presidente da República poro estudar o pro-
blema, nõo sendo desprezivel o hipótese de que um Outro tipo de reator - refrigerado a águo
leve, usando a água pesada como moderador e com combustivel de uránio lig€iramente enri-
quecido - venhc a ser empregado, apesar de apresentar algumas dificuldodes.
PROBLEMAS
Ú grande problema de que se reveste a utilizoçôo rlêste ultimo tipo é no que diz respeito
à obtenção da água pesada que, ao que parece, está caU30ncJO problemas em todo o mundo,
pela dificuldoae que se tem de produzi-Ia. Nesse sentido, o Ministro Costa Cavalcânti decla-
rou Que em suo vicçem pôde constatar que o Ceará tem projetos de construção de usinos que
fobriquem o produto.
A outra dificuldade - e esta mais de ordem interna -- é no que diz respeito do equipa-
mento necessário à construção de uma central nuclear, bastante complexo e de custos eleva-
dos, exigindo um emprêgo de alto capital que, entretanto, tem a vantagem de poder ser re-
cuperado em pouco espaço de tempo, visto o grande utilidade, como gerador de energia, que
terá o empreendimento. Para que se tenho uma idéia dêstes altos custos, basto que se diga
que para um reator de 500 mega-watts - energia correspondente à metade do consumo do
Ria de Janeiro - seria necessário um dispêndio de USS 150 milhões no minimo, devendo-se
saber que uma usina com êste tipo de reator consumiria, em média, 150 toneladas por ano de
minério de urânio.
INDÚSTRIA CEARENSE Página 11