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"0 Pais do'; Nonlestmos tem uma serena, cal- terêsses que: se cevavam no exploração das
'na geoç; oiia, Desdobram-se f'J.'; s,ms terras, duas desgraças irmãs, sem Iront s scs: sêca e
nfinitom,;;'.~.·, campos encadeados plainos su- «onqoço.
cessivos, com seus motossos obictiorrooos. :'r-
~L.eiam-se sôbre elns grandes e belos céus. 0- A inteligência fêz literatura com O drama ci-
tombados (' profundos. Nesses campos esoine- ::tópico. 00:: sêcas, o retirante acossado pela
os, pordocentos, vagabundeiam a'imúrias e co- tome, nos caminhos sem fim, cresiados por
bras. Hat.:·um-nos rudes gentes cntigas, afei- 1':)30sos <;,~/S com que Deus podia dardejar 0-
tas às sol-oões de corpo e a/ma. Nà esplende- ouelos paragens de silêncio e sol cão. Da coo-
cência arul dos espaços e temp"':. E~.o que !,.,ga de qcn anchos retorcidos, <;u~I(·dosda elo-
"nais impressiona, é o seu silêncic, I\quelo so- roitlo, surge. qual personagem de uuçédia gre-
I,dão dordeiont«, aouêle mar de quietude e ga, o feixe ce ossos que a pele oorâacenta, de-
-:I"IZa, ono« se escutam, por vêzez, sons ca- siárotoda. rr.o! encobre. Do conqoço, Antônio
vos e mcoccordics", Assim O descreve Nertan 'S;lvino, Virgulmo Ferreiro, o Lornorõo, heróis
Macêdo no seu LIlMPIÃO. r-o imoq.nação daquele povo ingênuo, pela des-
cricão do; bordos sertanejos em ~·.?uScantares.
Neste ce"j·· o, sêca e cangaço criaram um mito A literoturc erudita criou, na ficção, persona-
que o Bras-i aceitou ,..passivamente Fatalidade gens à sua Imagem e sernethcmco, Das elites
explicava tudo. Mascarava, inclusive, o como- du igentes, providéncia genial das volantes po-
aismo, a 'r:•.apacidade e, o que era pior, os in- 'iciais: cangoço ve! SllS cangaço.
,.,
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'N'ORDESTE: 'MITO E REALIDADE *
JOdt "Rqj",undo Gondim PRESIDENTE DA FIEC
E o misticismo. Ant6nio Con- da érea total do Brasil, Se na- cultura da uva e do cebola
selheiro, o troqéá.a imensa-de ção independente, seria o ter- deixou de ser umu experiência
Canud.os. Poro Q~:9':laJfabe.fqs, ceira em extensão territorial e para apresentar curocteristicas
o cartilha dos ca".I,ões. Cicero segunda em população na A- comerciois altamente promis-
Romão Batista, IJ Podim 'Ciço mérica do Sul. Vinte e sete mi- soras. Além dos oleaginosos
do Iuàzeiro.: Ambos· falavam lhões de habitantes vivem nes- nativos, tucum ~ boboau, já
a ltnçuaçem que transmita a sa região. Neste Nordeste, por se incursiono, co-n êxito, no
mois remota das esperanças: muitos anos, parece que o cultura do girassol e do ger-
a Providência C''vlf1a. E pre- Brasil tentava provar e execu- qelim.
gavam oração e 'oenitênoia, tar o teoria de Malthus. À Aiém do petróleo da Babia, A-
Penitenciar-se da próprio vir-: progressão qeométr.ca do au- ioçoos e Serqipe, a SUDENE,
tude. As bolas para o Conse- mento populacional antepu- numa pesquisa dp identifica-
lheiro, correspondeu a exco- .nha~se o contrôle pela fome e ção de recursos minerais, si-
munhão paro o "'odre Cicero. o doença. tuou jazidas de »,Iita, pegma-
A imagem deformada dêsses tita, magnesita, rutilo, cromo,
fatos,_chegando às grandes ci- Apesar de uma podutividade cobre, chumbo, ferro, amianto.
OOiJes'de .então. criou,' aos agricola opreseniondo um dos
Cem um potencial humano tão
..,poucos, o mito que ainda não mais baixos indices do mundo, expressivo, produção agricola
íse desfêz de todo. . é, no Brasil, o mo.cr produtor oonderável , em condições cli-
1Ma~, então, o oue é, o .Nor- de fumo, cacau. côco-da-bo- máticos normais, e boas pers-
deste na ~eo{idode? . hia, sisal, caju e camaúba. O pectivas em recursos minerais,
segundo em algodão, cana-de- por que, então, IJ Nordeste,
turno á/ea deográfiCa de "" açúcar, milho, abacaxi. Auto- "nação dentro de lima nação"
milhão' e' 600· f"":1 km2, cor- suficiente em suos necessida- é considerado, a.r.da hoje, re-
respondentes à qu'nta 'porte des de feijoo e mandioca. A giõo problema?
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