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Aoa empresários do Centro- e se destacam na atual conjun- É chegando o momento para
Sul gostaríamos de lembrar que tura norte-nordestina desafia louvar o papel dos organismos
a polftlca dos estímulos deve acintosamente a nossa capaci- orientadores do desenvolvimen-
ser entendIda como uma dife- dade de imaginação e realiza- to. cuía atuação encaz no pre-
rencial a favor do Nordeste e ção. Os progressos da tecnolo- sente permite-nos alguns suges-
do Norte. E não contra as re- gía, criando máquinas potentis- tões para o futuro. Conduzir um
gllles mais desenvolvidas. Ale- símas, apontam para as regiões programa de desenvolvimento
ga-se, por vêzes, que os recur-
808 que hoje se investem nes- subdesenvolvidas o perigo do regional não é por certo traba-
sas regiões estão sendo retira- desemprêgo em massa. numa á- lho simples. pois há que se con-
dos de emprêsas do Sul, tão sa- rea onde, em face da pobreza cll1ar uma orientação global de
cr1flcadas nos últimos dez anos. ambiente. o mercado de traba- longo prazo com as conveniên-
primeiro pela Inflação e. de- lho já é escasso e deficiente. cias eonjunturaís de prazo cur=
pois. pelos esforços corretivos to. Em principio, os mcentívoe
do Govêrno. :É claro. que. em CONTRA A MIS:ÉRIA fiscais devem ser reservados pa-
têrmos de alternativas, maiores - "Repetimos. mais uma vez. ra aplicação naqueles setores
recursos para uma região signi- que não podemos contemplar que, por criarem economias ex-
ficam menores para outra, No indiferentemente a extrema ternas, ou por envolverem capí-
entanto, há razões para crer miséria em que vive boa parte
que a pol1tica de estímutos di- tais maciços. não germinariam
ferenciais em vigor no Norte e das populações do Norte e Nor- espontânea mente pela ação da.
Nordeste contribui para o mai- deste, em níveis de autenttca inic1ativa privada. Embora se
or desenvolvimento global do sub-numamdade. sob pena de trate de uma regra geral apli-
pais, pelo menos a médio e lon- estarmos contribuindo, por o- cável a qus.lquer organismo em
go prazo, e que. por isso, se tra- missão. e até por dem1ssã.o,para
ta de uma d1scr1minação a favor fomentar o clima. de íncontenta- desenvolvimento, é indispensá-
e não contra, desde que ela am- manto, de desassossêgo. de in- vel compreender que a germina-
pl1a a lU"ea de ação da tnícía- terrogação. A lição é recente ção complementar da iniciativa
tlva privada. Não se deve per- demais para que a esqueçamos, privada é peça essencial no pro-
der de vista que é o Oovêrno sob a euforia da luta pelo de- cesso e que as suas po~ib11lda-
e não o empresário do Sul que senvolvimento. A onda de 'agi-
está abrindo, pelos menos dire- tação que varreu o Nordeste e , . des variam no espaço e no tem ...
tamente. mão de receitas para que foi vencida graças ao espí- po. Para citar um exemplo, tar-
fomentar o desenvolvimento do rito patriótico da Revolução de vez não pareça multo ortodoxo
Nordeste e do Norte. A trans- 31 de Março, não pode ser res- utl11zar órgãos de romento para
ferência inter-regiona.l de recur- taurada. Não devemos ternusão financiar capital de giro. No
80s se associa o aumento da de que o equllíbrio Jamais se entanto, as emprêsas brasnet-
produtiVidade. E a hipótese de exercerá plenamente se não con- ras em geral e as do Nordes!;e
as emprêsas do Sul poderem em particular, se encontravam
usar êsses recursos para seu for- seguirmos extirpar a miséria das profundamente carentes de ca-
talecimento interno parece tn- regiões mais atrasadas." pital de giro pela erosão crônica
viáyel sob vários aspectos. Se do processo inflacionário.
não fOssem os atuais estímulos O PAPEL DOS ENCONTROS
fiscais, é muito provável que o
Oovêrno ao invés de baixar 86 Disse. mais à frente, que, as- A SUDENE e o Banco do Nor-
alfquotas do Impôsto de Renda, segurada a permanência da po- deste compreenderam perfeita-
resolvesse simplesmente aumen- lítica de incentivos, duas condi- mentes êsse aspecto, 'ao aceita-
tar suas despesas, pelo menos ções se. tomam imperiosas para rem o sistema de que os depósl-
a média prazo. E as próprias seu pleno êxito. Em prímeíro ".tos de incentivos fiscais,;à! es-
tensões soctaís criadas nas. re- lugar, um suficiente dinamismo pera de aplícação, fôssemo u-
. gióes mais atrasadas forçarta'm.- empresarial que assegure sua eo: sados para financiar capital de
a ampliação da área de inter- fetiva absorção. E em segundo movimento na região. De fato,
venção estatal. Em suma, 0,00- lugar, uma ação flexível e ade- no caso em referência as inver-
vêmo acabaria tendo que rea- quada aos organismos orienta- sões em capital dé giro não se-
lizar no Norte-Nordeste o que dores do desenvoívímento 'regi-
hoje a llvre iniciativa realiza onal. ".Estamos certos de que riam capazes de brotar espon tã-
por meio dos Incentivos fiScais. 08 empresârtoa brasl1eiros sabe- neamente e, se não rõsse a com-
Com efeito, nós. que desejamos rão demonstrar sua pujança e· preensão das autoridades, esta-
que o Brasll cresça sob a égide sua capacídede de imaginação, riamos assistindo a uma estra-
permanente da emprêsa priva- a p r e se n ta d o correspondente nha mistura de novas inver-
da. precisamos pensar em tê r- quantidade de bons" proJetos à sões em capital fixo, enquanto
mos de longo prazo e não nos SUDENE e à SUDAM e de. que às antigas instalações f1cava~
limitarmos ao casulsmo dos ho- encontros como o que' .aquí se ociosas por falta de recursos pa-
rizontes curtos. Tôda uma gama realizou facl11tarão' sobremanei- ra' runcíonàr", disse, quaSe a?
de problemas que se entrelaçam ra essa tarefa. final do discurso.

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