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NORDESTE PODERA EXPORTAR

CARNE PARA O ESTRANGEIRO










Nas transações de comércio internacional de carnes, destacam-se como
principais países exportadores a Nova Zelândia, a Argentina, a Austrália,
os Países Baixos, a Dinamarca e os EUA, que juntos perfazem cêrca de 63%
da oferta. Do lado dos países. importadores alinham-se o Reino Unido, a Ale-
manha Ocidental, novamente os EUA, a Itália, a França e a URSS, abran-
gendo 70% da demanda. Destaque-se que, como importador, o Reino Unido
absorve mais de 25 % do volume total importado.
Tratando-se de um produto alimentar sofisticado nos países importado-
res, de modo marcante nos mais desenvolvidos da Europa, o comércio inter-
nacional de carnes é altamente seletivo e competitivo. A seletividade traduz-
se em padrões de qualidade sujeitos a inspeção rigorosa, havendo especial cui-
dado com a sanidade, antes e após os embarques para os pontos de destino.
A competição, bastante sentida do lado dos exportadores é consequência do
nível de organização atingido pelas grandes emprêsas importa-dores, que lhes
impõem as condições de compra e venda. Um terceiro requisito, também im-
portante, é a regularidade da oferta.

A despeito dos aspectos negativos que se poderia arrolar relativamente
à pecuária nacional e à indústria nacional de carnes o Brasil é apontado pe-
los organismos internacionais como um dos que detêm maior potencial para
transações com o exterior. Tal prognóstico baseia-se na existência atual, no
País, de um dos maiores rebanhos do mundo, na disponibilidade de extensas
áreas para pastoreio e na progressiva melhoria genética do rebanho.

Figuram como aspectos negativos a situação sanitária; os custos ascen-
dentes da produção para o abate, com reflexos sôbre os preços internos; a ten-
dência da política governamental de carnes, de proteção do mercado interno
à custa das relações entre exportadores e importadores; e, finalmente a au-
sência de agressividade de exportador na promoção do produto brasileiro.

Não há exportações diretas do Nordeste para o exterior, mas a análise
dos fluxos internos das boiadas destinados ao abate permite inferir que parte
das exportações realizadas pelos [riqoriiocos da região leste do País é repre-
sentada por bovinos provenientes do sul da Bahia e norte de Minas Gerais.
Como etapa preparatória ao estabelecimento de relações comerciais dire-
tas entre o Nordeste e o exterior, em tõrno da exportação de carne bovina,
impõe-se à pecuária regional concretizar, nas zonas criadoras, as metas bá-
sicas de aumento da taxa de reprodução, maior produção de carne por bovino
e diminuição do tempo de preparo para o abate.

Página 14 INDúSTRIA CEARENSE
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