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Uma fábrica de 300 ton/ dia de ácido sul- na Bohio) que se localizaria, provàvelmente, no
fúrico, a partir da gipsita do Araripe (processo Recife pois aqui se encontram jazidas de rochas
Power Gás - Inglaterra) e mais 300 ton/ dia fosfatadas (fosforita) para produção de super-
, de cimento, localizada, teoricamente, deman- fosfatos e fosfatos triplos. Os fertilizantes po-
das pesquisas
tássicos dependem
daria 280 mil ton par ano de matéria prima.
do resultado
Para o gêsso, o preço posto por fábrica é esti- que o Ministério das Minas e Energia (DNPM)
mado em NCr$ 45,00, dos quais SCr$ 10,00 realiza em Sergipe para ouantiiicoçõo das ja-
representariam o preço à bõco da mina e NCr$ zidas de silvita e carnalita.
35,00 o custo do transporte (via rodoviária).
Não obstante, o lucro médio de uma planta A posição do Departamento de Industria-
dêsse tipa seria de 34 % . lização, no setor dos fertilizantes, é reforçada
pela apresentação de dados relativos à India,
Entretanto, a produção de ácido sulfúrico, pais com regiões similares ao Nordeste. Lá,
a partir de gêsso, poderá ser posta de lado, ca- para um periodo de cinco anos, prevê-se a apli-
so se comprove a existência de enxófre elemen- cação de US$ 1 bilhão, neste setor.
tar no Maranhão ou Sergipe. ~ que as plantas
indastriois de ácido sulfúrico, baseadas em en-
xófre, requerem investimentos bem mais bai- Petrolatos Glorados
xos, sem o problema de subprodutos que, na
hipótese de gêsso, (cimento) são indispensáveis
à rentabilidade da instalação. A indústria qutrruca, acentua o documen-
to, tem um grau de interdependência bem mais
alto que outros ramos. Por isso, o desenvolvi-
Os Fertilizantes mento de uma produção depende de outra e
cita o problema do cloro que, nos paises desen-
volvidos, é matéria nobre e, nos subdesenvolvi-
o trabalho apresenta como fundamental dos, subproduto de soda cáustica.
poro o desenvolvimento do Nordeste, a instala-
ção de fábricas de fertilizantes, através do a-
proveitamento de subprodutos de petróleo da A região nordestina dispõe de grandes re-
Bahia, os sais potássicos de Sergipe, as rochas servas de sal mineral ~ (A lagoas, principal-
fosfatadas de Pernambuco e o sal gema, de mente) que poderiam entrar na produção de
Alagoas. Assinala que a agricultura nordestina fertilizantes (ácido clorídrico), resinas (cloreto
consome, apenas um décimo da média de São de virúlc), polia/cóis (propileno e etileno), inse-
Paulo (3 kg / ha contra 3 1 kg / ha), respansabi- ticidas (DDT e BHC) ou anti-detonantes (chum-
lizando a inexistência de produtos à venda co- bo tetraeitio),
mo principal fator do baixo consumo. Entre-
tonto, o baixo consumo é resultado da falta de O trabolho da SUDENE leva em conta,
produção criando ·um circulo vicioso de cujo ainda, produções quimicas de menor porte (su-
centro de dificuldades do sistema de produção croquimica, derivados de cromo e bário) exa-
deriva grande parte da direção agricola regia- minando suas possibilidades de desenvolvimen-
"01. to e dimensionando-as a preços internacionais.
Recomendando a instalação prioritária de Foi reolizado sob supervisão geral do eco-
fábricas de fertilizantes, precedidas de amplo nomista Luis Fernando Correia de Araujo, che-
esclarecimento dos agricultores sóbre as vanta- fe da Divisão de Pesquisa e Programação In-
gens da adubação, o estudo analisa a disponi- dustrial do DI-SUDENE e com a participação
bilidade de matérias primas, na região. dos seguintes técnicos: Luis Carlos Vinagre,
Geraldo Oliveira, Rudo/f Halla e Edward Powers,
Para produção de adubos nitrogenados, êste especialista da ONU põsto à disposição da
necessita o Nordeste de uma nova fábrica de agência nordestina para aiudor no equaciona-
amónia-uréia (a Petrobrás está instalando uma, mento do problema.
INDÚSTRIA CEARENSE Página 13