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Com relação aos incentivos ao Norte e Nordeste, entende o presidente da
CNI que devem êles ser mantldos, por considerar o atual sistema írreversí-
vel, pelo menos enquanto persistirem acentuadas disparidades regionais de
renda "per capita" em nosso país. O melhor indício, nêsse sentido, são as
taxas de crescimento do produto real das taxas alcançadas nos últimos anos
pelo Nordeste, em geral, e pela Bah.a, em particular.

CAPITAIS ESTRANGEIROS
Um país em desenvolvimento corno o Brasil, precisa, segundo o Sr. To-
más Pompeu, da colaboração de capitais estrangeiros, por três razões: para
lhe reforçar a capacidade de poupança, para: fortalecer a capacídade para
importar e, particularmente, para ativar o progresso tecnológico. Nesse sen-
tido, qualquer movimento de nacionalismo expropriativo, como o que recen-
temente ocorreu no Peru, parece fora de propósito em nosso me:o.

Lembra que "essa filosofia xenófoba andou muito em voga no princípio
do presente decênio, mas foi enterrada com a Revolução de 1964." Pelas nos-
sas tendências culturais, pelo nosso apêgo à liberdade e pela ineficiência da
burocracia centralizante, o nosso desenvolvimento deverá ser baseado no fo-
mento à iniciativa privada.

CONTRóLE DE PREÇOS
Sôbre os contrôles de preços industriais, indica o presidente da CNI que
elevem êles ser encarados como um esfôrço transitório para acelerar a rever-
são de expectativas e conter os índices de preços. A experiência internacio-
nal mostra, no entanto, que a médio e longo prazo êsses contrôles apenas dis-
1orcem o sistema econômico, jamais servindo como substituto ao ataque fron-
tal às causas básicas da inflação. Acrescenta que o esfôrço de liberação de-
ver.a começar pelas indústrias que se encontram com certa capacidade oci-
osa e que, por isso mesmo, não irão elevar abruptamente os seus preços diante
das condições de mercado.

RETOMADA
Acredita o Sr. Tomás Pompeu que já estamos em franca retomada do
desenvolvimento, uma vez que a taxa de crescimento do produto real alcança-
do em 1968, da ordem de 6,5% mostra isso, especialmente no setor índustríal,
cujo crescimento foi da ordem de 14%, indicando a reativação conseguida
por nossa economia.
São dados que desmentem, no entender do presidente da CNI, aquelas
teses pessimistas, segundo as quais o Brasil estaria fadado à estagnação eco-
nômica, uma vez amortecido o impulso da substituição das importações. Na
realidade, "as taxas insatisfatórias úe crescimento no período 1962/67, se deve-
ram apenas a uma recessão de perturb ações em nosso sistema econômico, pri-
meiro o caos monetário e político implantado antes da Revolução de 1964 e,
a seguir, a imperiosidade do combate drástico à inflação, o qual dificilmente
se poderia conciliar a curto prazo, COmos melohres índices de atividade eco-
nômica."

INDÚSTRIA CEARENSE Página 13
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