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BIOGRAFIA





Tomaz Ceará por longos tempos. Formara-se assim
o tríode valiosa de inteligência, trabalho e a-
çõo.
Antônio Pompeu foi incumbido de ir à In-
Pompeu glaterra, para adquirir a maquinaria e estudar
a organizaçõo da emprêsa.
De lá foram im-
portadas as primeiras máquinas de fiação e te-
celagem, bem como os primeiros mestres e ope-
rários especializados para o Ceará.
Tcmoz Pompeu de Souza Brasil, pioneiro Fundada em 1882, localizada então em
da indústria têxtil cearense e do Nordeste, foi Fortaleza, na rua Santa Izabel, a Fábrica de
um dos homens mais notáveis do seu tempo. Viação e Tecidos Cearenses começou a funcio-
Foi presidente do Instituto do Ceará, da Aca- nar em fins de 1883.
demia Cearense de Letras e do Centro Indus- Dez anos após o início da funcionamento
trial de Fortaleza, lente da extinta Escola Mi- da indústria, o Dr. Tomoz Pompeu afirmava
litar do Ceará" professor, fundador e diretor no seu artigo "O Estado do Ceará na Exposi-
da Faculdade de Direito do Ceará, professor do ção de Chicago" que, "entre 215 pessoas que
Liceu e da Escola Normal, diretor da Instrução trabalham na fábrica, só uma era estrangeira".
Pública, vice-presidente e administrador de sua Então, a fábrica funcionava com 5 rrul fu-
Província e deputado à Assembléia Geral em sos e 129 teares de algodão.
três legisbturas; foi sócio dos Institutos Histó-
ricos e Geográficos de Lisboa, da Bahia, de Mi- Anos depois falecia um dos seus funda-
ras Gerais, de São Paulo, etc. Copiosa, resplan- dores, Antônio Pompeu de Souza Brasil, tendo
decente e clássica é a sua obra de escritor, o próprio Tomaz Pompeu se afastado da firma,
mestre, jornalista e pensador, inteiramente de- cuja direção foi entregue a Nogueira Acroli.
votado aos problems do Cerá. Em 1904, Tomaz Pompeu, tendo deixado
a política, fundava sozinho a Fábrica de Teci-
Nasceu Tomaz Pompeu de Souza Brasil
em Fortaleza, a 30 de junho de 1862. Era fi- dos Progresso, que contou inicialmente com
lho do senador Tomaz Pompeu de Souza Brasil, uma pequena secção destinada à fabricação
o mais notável geógrafo do seu tempo, como de rêdes. Mas não podia o seu ilustre criador
acentua Clóvis Beviláqua. A linhagem paterna contentar-se muito tempo com qualquer em-
é de autêntica estirpe rural; descende de abasta- preendimento que não fôsse capaz de avultar
dos fazendeiros dos sertões de Santa Quitéria e progredir. E em 1913 a fábrica Progresso
e Soorol, que sofreram fortes abalos com as começava a receber novos eau.oomentos e a
sêcos. produzir também tecidos de algodão. Foi, por
sinal, a Fábrica Progresso, a primeira a rece-
Já vitorioso noutras atividades, Tomaz ber os primeiros teares automáticos "Northroo"
Pompeu concretizou as suas idéisa, tornando-se chegados ao Ceará. De 1913 a 1924, a produ-
o pioneiro da indústria de tecidos no Norte do ção da fábrica era somente de tecrdos crus.
Brasil. Acompanhou, no cenário da civilização A1as já em 1925 adquirira Tomas Pompeu má-
brasileira, as primeiras tentativas nacionais de quinas de tinturaria e passava a fabricar teci-
iudnstrialização. E, a partir de 1881, idealizou dos de côres que foram bem aceitos.
a fundação da Fábrico de Fiação e Tecidos Cea-
renses. Naquele ano, o algodão recebia impul- Em 1929 faieceu Tomaz Pompeu de Sou-
so, tendo o pôrto de Fortaleza e x p o r t a do za Brasil. A Fábrica Progresso passou às mãos
5.270.269 quilos para o estrangeira. . dos seus herdeiros, tendo o engenheiro Tomás
Pompeu de Souza Brasil Neto, atual presidente
Para promover <1 nova indústria que im- da Confederação Nacional da Indústria, con-
plantaria no torrão natal a expansão da rique- tinuado a brilhante tradição do seu avô.
za, Tomoz Pompeu atiou-se a seu irmão, Dr.
Antônio Pompeu de Souza Brasil, homem prá- tico, experiente, e ao Comendador Antônio Pin- seu Tempo", de F. Alves de Andrade, Editôra
to Nogueira, grande político, que governou o Instituto do Ceará, 1954).

PágiIia 4 INDÚSTRIA CEARENSE
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