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A. CORRIDA TECNOLóGICA E
OS PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS
Rubens Costa
aplicada, invenção de novos processos e aper- ramos, não seja frustada por um conihto nu-
feiçoamento da tecnologia atual. Para se ter clear? Não devemos esperar niv ets crescentes
lima idéia do que representa êste valor, basta de assistência econômica ou técnica, multila-
dizer que equivale à produção total da econo- teral ou bilateral. A competição entre os pai-
mia brasileira, ou seja, ao nosso Produto Na- ses industrializados, a solução de problemas ln-
cional Bruto. Trabalham em tais atividades, ternos existentes, conflitos armados localizados,
em regime de tempo integral, mais de 700.000 o corrida espacial e outros programas têm me-
cientistas e engenheiros. recido .orioridade muito mais elevada do que a
aluda 00$ paises do hemisfério meridional.
Técnicos do govêrno americano estimem
que a Rússta investe ·naquele campo importân-
cia idêntica ou superior. Os seis países do .Mer- Não podemos, sem embargo, dizer que
cada Comum Europeu aplicam, conjuntamente, "os ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres
cêrca de U5$ 3,5 bilhões por ano, ou seja, me- cada vez mais pobres," porque os paises sub-
nos de um quinto do que investem os Estados desenvolvidos, de modo geral, vêm experimen-
Unidos ou Rússio em tecnologia e moderniza- tando alentadores indices de crescimento eco-
ção. nômico. Êstes, no entanto, não têm sido sufi-
cientes para fechar a brecha que separa os po-
vos opulentos e as nações necessitadas.
Enquanto os Estados 'Jn.aos dedicam cêr-
ca de 3,5 % do seu PNB àquelas atividades
dinamizadoras da sua economia (a percenta-
gem da Rússio é maior) e planejam elevá-Ia No caso do nesso Pais, é necessono que
a 4,5 % em 1970, o Mercado Comum Europeu façamos um esfôrço continuado e crescente pa-
utiliza menos de 2 %. Dai, talvez, porque o ro aumentar nossa poupança e que adotemos
jornalista socialista, Jean Jacques Servan 5-.:11- critérios econômicos, lógicos e válidos para in-
reiber disse em "Desafio Americano" que: ·'A VEsti-Ia. Êniase especial deve ser dado à me-
terceira potência industrial do mundo, depois lhor utilização dos recursos públrcos disoor.i-
dos U. S. A. e da Rússio, poderá ser den- veis, que são consideráveis. Devem ser afas-
tro de quinze anos, não a Europa, mos a indús- tados os impedimentos o que o iniciattvo POf-
iria americana na Europa". ticulor aplique seus recursos nas atividades de
mais alta lucratividade. Pois, de modo geral,
é êste o principal critério para a mais eiiciente
O número de cientistas e técnrcos alta- alocação dos fatôres produtivos à disposição
mente qualificados que se dedicam a criar a das emprêsas.
mundo material de amanhã nos paises indus-
trializados não soviéticos, eleva-se a mais de
1 milhão e 350 mil. Competem êles com um
número não conhecido de cientistas dos países A análise das causas das crescentes dispa-
não-capitalistas que poderá ser da mesma or- ridodes entre os paises industrializados e os sub-
dem de magnitude. Todo êsse esfôrço técnico oesenvolvidos, não nos deve tornar pessimistas.
e financeiro sem precedentes no história da hl.;·· O objetivo de nossa política econômico não é
manidade, assegurará a conquista da lua nos crescer mais ràpidamente que outros países,
próximos anos e outras vitórias que deixariam mos utilizar da maneira mais harmônica, inte-
perplexo a Júlio Verne e qarantem bem-estar grol e eficiente, os recursos humanos e mate-
ascendente à parcela decrescente da espécie riais de que o Brasil dispõe, para o bem-estar
humana. do nosso povo. ~ste objetivo requer a formula-
ção de politicas nacionais despidas de precon-
ceitos que, sem ferir os interêsse dos dema.s
Que poderá trazer para os paises subde- membros da comurudode internacional, fomen-
senvolvidos esta perspectiva otimista do futuro tem o nessa desenvolvimento econômico e pro-
material dos paises industrializados que, espe- movam a just-iça social.
INDúSTRIA CEARENSE Página 19
A. CORRIDA TECNOLóGICA E
OS PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS
Rubens Costa
aplicada, invenção de novos processos e aper- ramos, não seja frustada por um conihto nu-
feiçoamento da tecnologia atual. Para se ter clear? Não devemos esperar niv ets crescentes
lima idéia do que representa êste valor, basta de assistência econômica ou técnica, multila-
dizer que equivale à produção total da econo- teral ou bilateral. A competição entre os pai-
mia brasileira, ou seja, ao nosso Produto Na- ses industrializados, a solução de problemas ln-
cional Bruto. Trabalham em tais atividades, ternos existentes, conflitos armados localizados,
em regime de tempo integral, mais de 700.000 o corrida espacial e outros programas têm me-
cientistas e engenheiros. recido .orioridade muito mais elevada do que a
aluda 00$ paises do hemisfério meridional.
Técnicos do govêrno americano estimem
que a Rússta investe ·naquele campo importân-
cia idêntica ou superior. Os seis países do .Mer- Não podemos, sem embargo, dizer que
cada Comum Europeu aplicam, conjuntamente, "os ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres
cêrca de U5$ 3,5 bilhões por ano, ou seja, me- cada vez mais pobres," porque os paises sub-
nos de um quinto do que investem os Estados desenvolvidos, de modo geral, vêm experimen-
Unidos ou Rússio em tecnologia e moderniza- tando alentadores indices de crescimento eco-
ção. nômico. Êstes, no entanto, não têm sido sufi-
cientes para fechar a brecha que separa os po-
vos opulentos e as nações necessitadas.
Enquanto os Estados 'Jn.aos dedicam cêr-
ca de 3,5 % do seu PNB àquelas atividades
dinamizadoras da sua economia (a percenta-
gem da Rússio é maior) e planejam elevá-Ia No caso do nesso Pais, é necessono que
a 4,5 % em 1970, o Mercado Comum Europeu façamos um esfôrço continuado e crescente pa-
utiliza menos de 2 %. Dai, talvez, porque o ro aumentar nossa poupança e que adotemos
jornalista socialista, Jean Jacques Servan 5-.:11- critérios econômicos, lógicos e válidos para in-
reiber disse em "Desafio Americano" que: ·'A VEsti-Ia. Êniase especial deve ser dado à me-
terceira potência industrial do mundo, depois lhor utilização dos recursos públrcos disoor.i-
dos U. S. A. e da Rússio, poderá ser den- veis, que são consideráveis. Devem ser afas-
tro de quinze anos, não a Europa, mos a indús- tados os impedimentos o que o iniciattvo POf-
iria americana na Europa". ticulor aplique seus recursos nas atividades de
mais alta lucratividade. Pois, de modo geral,
é êste o principal critério para a mais eiiciente
O número de cientistas e técnrcos alta- alocação dos fatôres produtivos à disposição
mente qualificados que se dedicam a criar a das emprêsas.
mundo material de amanhã nos paises indus-
trializados não soviéticos, eleva-se a mais de
1 milhão e 350 mil. Competem êles com um
número não conhecido de cientistas dos países A análise das causas das crescentes dispa-
não-capitalistas que poderá ser da mesma or- ridodes entre os paises industrializados e os sub-
dem de magnitude. Todo êsse esfôrço técnico oesenvolvidos, não nos deve tornar pessimistas.
e financeiro sem precedentes no história da hl.;·· O objetivo de nossa política econômico não é
manidade, assegurará a conquista da lua nos crescer mais ràpidamente que outros países,
próximos anos e outras vitórias que deixariam mos utilizar da maneira mais harmônica, inte-
perplexo a Júlio Verne e qarantem bem-estar grol e eficiente, os recursos humanos e mate-
ascendente à parcela decrescente da espécie riais de que o Brasil dispõe, para o bem-estar
humana. do nosso povo. ~ste objetivo requer a formula-
ção de politicas nacionais despidas de precon-
ceitos que, sem ferir os interêsse dos dema.s
Que poderá trazer para os paises subde- membros da comurudode internacional, fomen-
senvolvidos esta perspectiva otimista do futuro tem o nessa desenvolvimento econômico e pro-
material dos paises industrializados que, espe- movam a just-iça social.
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