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A CORRIDA TECNOLóGICA E
OS PAíSES SUBDESENVOLVIDOS
Rubens Costa
competitivas para enfrentar o "desafio amerr- econômico e no criação de 11 kow how" que os
cano", Os Estados Unidos, para iazer face aos demais países, especialmente os subdesenvolvi-
constantes deficits do seu balanço de pagamen- dos, são levados o Importar, pois representam
tos, necessitam exportar mors mercadorias, ser- (J criação de novos necessidades ou combina-
viços, tecnologio, para o que investem maciça- ções mais econômicas de fatôres produtivos .
mente em "pesquisa e desenvolvimento".
Êste processo é cumulativo. Quanto mais
O Japão aumenta sua produção e ampl«: recursos os paises industrializados empregam
a capacidade produtiva o fim de reduzir custos nos setores que lideram o crescimento de suas
poro manter uma taxa de crescimento económr- economias, mais estas se desenvolvem e mais
co de 10% ao ano, incrementar suas vendes recursos humanos e materiais tornam dispon;-
(:! tornar-se, em iuturo pr6ximo, a terceira po- veis para futuro avanço tecnológico e econ6mi-
tência Industrial do mundo. Os paises socioi,s- co. Esta tecnologia avançada é j por outro Io-
tos não querem ficar atrás e introduzem refor- do, perfeitamente comoativel com as condições
r:,OS destinadas a tornar mais eiiaentes e com-
petitivas suo econorr.ias. e necessidades daqueles paises: ou seja, eXIge
muito capital (que é ali fator abundantei e
pcuca mão-de-obra (fator escasso, em virtude
t claro que o desenvolvimento econômico de seu lento crescimento demoçráiico),
acelerado não é meta apenas dos ooises subde-
senvolvidcs. Todos os povos se engajaram nes-
sa corrida. E como os paises industrializ'Jdos A importação dessa moderna tecno/ogia
ievam grande vantagem inicial, não será iáci! pelos paises subdesenvolvidos é inevitável, pOIS
os subdesenvolvidos reduzir ou ehminor as c.s- represento custos de produção mais bcuxos,
paridades existentes. num mundo que tende a reduzir as barreiras
uo livre comércio entre os países. Por outro
lodo, meihot am os meios de comunicação em
Elemento do maior impcriàncsa nesta cor-
rida desenvolvimentista, são os investimentos rrassa que atingem pràticamente todos os con-
pelo que nenhum
sumidores,
pais pode isolar-se
ett, "pesquisa e desenvolvimento", Isto é, na dos demais e evitar a competição ou a "cria-
busco de novos produtos e no procura de toe-
nícos Que permitom fazer o custos mais botxcs ção" de necessidades que antes não existiam.
os produtos e serviços já conhecidos.
Seu efeito nos paises subdesenvolvidos
Neste campo, essencial poro o desenvolvi- oode ser p e r n i c i o s o, no que toca 00
mento e para a supiemacio econômico a longo problema do emcrêço, porque nêles o mão-de-
prazo, os poises industrializados realizam enor- obra pouco qualificada é superabundânte, exi-
mes esforços financeiros, enquanto os ooises gindo ocuooções que a tecno/ogia importa não
suodesenvolvidos empregam suas porcas pou- t.errniie criar. tste descompassa ~ecnofóglco.
panças no construção de suo infra-estrutura agravado oeto fato de que o ritmo de cresci-
básico - isto é - nos estrados, portos, e~;/:f,- mento popu/acionaf é duas a três vêzes mais
cios públicos, universidades, etc., pouco inves- rápido nos países subdesenvolvídos, talvez es-
timento em pesquisa básico. teja nos conduzindo a um ';mpasse econômico
de dificil solução.·
A concentração de recursos financeiros e
humanos em pesquisa e desenvolvimento é, em Os investimentos dos poises desenvolvidos
porte, consequêncio do competição entre os Es- r;a criação de novo tecnologia importam em so-
tados Unidos e o Rússia pelo conquista do es- mas astronômicas. Assim, no corrente ano, os
paço sideral e pelo heçemonia militar, poiitsca Estados Unidos - govêrno e iniciativa privada
e econômica. Ressalto, sem embargo, em gran- - estarão disoendendo cêrca de US$ '24 bi-'
de número de descobertos e invenções de valor Ihões, em atividades' de pesquisa pura, pesquisa
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