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entremeiam-se pelas áreas ocupadas por residências luxuosas e por Em síntese, o que se pode deduzir preliminarmente é que
sobre as dunas vivas do Mucuripe. Nesta zona de recreação e resi- 1 - Apenas quatro zona apresentam-se com relativa influ-
dencial por excelência, o porto define-lhe um trecho bem delimi- ência industrial: Fco. Sá, Paranqaba, Antonio Bezerra e a zona
tado com muitos depósitos, moinho de trigo, indústrias ligadas a Portuária.
matérias-prima importadas, como o petróleo, a farinha de trigo, ou 2 - A Av. Fco. Sá forma uma zona industrial espontânea
produtos para a exportação, como a lagosta. As alimentares, as de que, organizada pelo poder público, tornar-se-á um excelente nú-
madeira, prodi, tos extrativos minerais (salinas), qu ímicas, calçados éleo industrial da cidade.
e vestuário, editorial e gráfica representam 72,43% do total. Par- 3 - Somente oito gêneros industriais se destacam no to-
ticipam dos 27,57% restantes nove diferentes gêneros. Nesta zona tal das sete zonas: alimentares (em todas), editorial e gráfico (11),
está uma das poucas grandes indústrias alimentícias do Ceará, a Vestuário e calçados (I, 11, V, VI eVII), têxtil (I e V), mobiliário
Fábrica Fortaleza. (11,111, V, e VI), metalúrgicas (V) e diversas (11).
A zona IV abrange o grande espaço do sudeste da cidade,
onde estão os bairros São João do Tauape, Joaquim Tavora, Alto CARTA N9 11
da Balança, Dias Macedo, Santa Luzia do Cocó e o Distrito de
Messejana. Grande parte desta área está ocupada por favelas, onde
se acumulam imigrantes do meio rural, principalmente da região CLASSI FICAÇÃO DOS CENTROS INDUSTRIAIS
sul do Estado, dada à influência da BR-116 que por aí penetra em A necessidade de estabelecer um método que venha mostrar
Fortaleza. As 19 indústrias de produtos alimentares e de madeira e explicar as condições e a distribuição espacial das indústrias no
dominam nesta zona, contribuindo com 39,58% do total dos esta- Estado do Ceará, foi o que nos levou a recorrer à classificação
belecimentos ligados ao mercado local, geralmente formados por dos centros industriais, para o que adotamos três critérios, dois
serrarias, padarias e por renovadoras de pneus, Não se caracteriza dos quais baseados num dos estudos do eminente geógrafo fran-
como zona industrial, principalmente pela dispersão e pelo porte cês Michel Rochefort. Desse modo, procuramos aclarar o modo
e tipo das indústrias nela situadas. e a maneira de como estão distribuídos capital, mão-de-obra,
Do ponto de vista de situação urbana, a zona IV é favoreci- gênero e número de estabelecimentos industriais nos grupos
da pela BR-116 e pela CE-4 e ainda pela Perimetral. Dispondo de cidades do Ceará.
vários centros comerciais e de serviços - Messejana e Joaquim
Távora, Aerolândia - é densamente povoada em vários trechos. CRITÉRIO: 1 Faltando-nos elementos para atender aos
Estando à barlavento, contribuiria sensivelmente para poluir a ci- dados do critério 1 de Michel Rochefort, relação empresa x esta-
dade se aI fossem implantadas muitas indústrias, porquanto os belecimento recorremos ao adotado para o Diagnóstico Industrial
ventos do sudeste carreariam os fluidos das chaminés para cima do Ceará, tendo por base a relação capital e número de operários.
das zonas residenciais, além dos detritos escoarem para os tal- Resultaram as seguintes variações:
wegues que vão ter no rio Cocó, prejudicando, por certo, as sali- Tipo A: pequena indústria: com capital menor que Cr$ ...
nas e praias a jusante. 1.000,00 e número de operários menor que 100;
Ao lado desta, outro grande espaço forma a zona V, no Tipo B: média indústria: caso intermediário entre o tipo A
conjunto sudeste de Fortaleza, com os bairros de Parangaba, Ro- e o tipo C;
dolfo Teófilo, Jardim América, Damas, Vila União, Bela Vista, Tipo C: grande indústria: capital maior que Cr$ . . .
Montese, Pici, Aeroporto e Mondubim. Núcleo mais antigo e com 10.000.000,00 e número de operários maior que 20.
povoamento mais denso do que a zona anterior, Parangaba e Mon- CRITÉRIO: 2 Faz-se a relação entre o número de ope-
dubim são seus dois centros dinâmicos. Sem áreas alagadiças, em-
bora com algumas lagoas que lhe enfeitam a paisagem, nesta zona rários e o número de estabelecimentos, apresentando as subdivi-
141 estabelecimentos distribuem-se com 19 gêneros: alimentares, sões:
22,69%; calçados e vestuário, 14,89%; minerais não metálicos, rios; Tipo Pí: dominam os estabelecimentos com poucos operá-
12,05%; têxteis, 9,92%; mobiliário, 9,21% e outros 14 gêneros
Tipo B': há uma igualdade entre o número de estabelecimen-
com 31,24%. A predominância das alimentares senos revela o tos com poucos e os com muitos operários;
mercado consumidor dos produtos de padarias, de doces, e con- Tipo C': dominam os estabelecimentos com muitos operários.
feitarias. O que sobressai nesta zona é a presença de 1/3 das 90
indústrias de produtos de vestuário de Fortaleza, utilizando, na CRITÉRIO: 3: Tem como parâmetro a relação entre o
maioria mão-de-obra feminina, predominante em Fortaleza. Mais número de estabelecimentos e a-quantidade de gêneros de indús-
de 1/3 da minerais não, metálicas da capital também estão nesta tria. Desta relação obtivemos também três variantes.
zona, aproveitando as. manchas de argila, às margens do Rio Si- • ,Tipo A": ce~tros mono-industriais; isto é, com predomi-
queira que lhe corta de N-S, com alguns meandros, e de diatomi- nancia de estabelecimentos de um mesmo gênero.
ta dos pequenos lagos residuais espalhados nesta área de Fortaleza. Tipo B": há dominância de um gênero, mas existem muitos
De Monte Castelo a Antonio Bezerra (antigo Barro Verme- outros.
lho) temos um corredor entre os limites da zona de Parangaba (V) Tipo C": não há dominância de qualquer gênero ou centro
e a da Francisco Sá (I), formando a zona VI, tomando além dos poliindustrial.
bairros acima citados, os de São Gerardo e Padre Andrade. Embo- .. :4tendendo a estes padrões de classificação, chegamos a de-
ra com apenas 69 indústrias, seu espaço territorial é muito redu- finir CinCOcategorias de centros no Ceará.
zido, principalmente considerando a grande extensão que lhe toma Centros de categoria 1: corresponde àqueles de maior impor-
o Campus da Universidade Federal do Ceará. Favorece-lhe o cres- tância do estado, tais como: Fortaleza, Juazeiro do Norte, Iguatu,
cimento demográfico a BR-222 que por ar penetra na Capital. ~b~al,. Quixadá e alguns outros. Nestes encontra-se uma predo-
Esta rodovia e a presença do Quartel da Polícia Militar contribui- rrunancia de pequenas indústrias, porém, com uma variedade de
ram para o surgimento de habitações das classes média e baixa, ao gêneros de indústria, sem haver, no entanto, predominância nítida
longo da estrada. Até uma década após a segunda grande guerra de qualquer um deles;
era área suburbana. Com a abertura da perimetral e a presença de Centros de categoria 2: a esta categoria pertencem os centros
algumas indústrias de óleo, passou Antonio Bezerra a integrar o de Crato, Aracati, Cascavél e outros de menos importância. Neste
quadro urbano da Capital, hoje como distrito. Seu crescimento predominam pequenas indústrias com o domínio de um dos gêne-
atual em função da rodovia tende a conturbar Fortaleza com Cau- ros, embora haja muitos outros.
caia. Três são seus gêneros predominantes: alimentar, 21,21%, Centros de categoria 3: incluem-se neste grupo a maioria de
vestuário, 15,15% e mobil iário com 12,12%. Treze outros gêneros centros industriais do Ceará, classificados como mono-industriais
formam as 34 demais indústrias. A paisagem já se revela com com pequenos estabelecimentos.
tendência a zona industrial, como a da Av. Francisco Sá. Centros de categoria 4: com um número limitado de indús-
trias, de porte médio, os centros desta categoria, com Missão Ve-
Finalmente o setor do Benfica-Zona VII - o menos expres- lha, Orós, Tianguá e mais alguns, não têm a predominância de
sivo, não somente pelo total de indústrias (64), mas pelas implica- qualquer gênero, principalmente pelo pequeno número de esta-
ções destas na paisagem. Historicamente, zona residencial por belecimentos aí existentes.
excelência, absorvendo posteriormente o primeiro centro univer- Centros de categoria 5: neste agrupamento estão aqueles
sitário de Fortaleza. Revelam-se com expressividade três gêneros: centros com poucas indústrias, também de porte médio, mas com
alimentares, 14; vestuário e calçado, 10 e mobiliário com 8 fábri- predomínio de um dos gêneros. Itapagé é um dos exemplos.
cas, que representam 21,21;15,15 e 12,12% respectivamente. Os O pequeno número de estabelecimentos industriais presen-
treze outros gêneros englobam as demais, sem grande expressão tes em cada município, ou mais precisamente em sua sede, difi-
na paisagem tanto pela dimensão reduzida dos estabelecimentos, culta uma classificação mais detalhada. Evidenciam-se no Estado
como pela movimentação de transporte e distribuição espacial apenas meia dúzia de centros industriais com porte suficiente a
bastante disperso. uma classificação mais rigorosa.
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