A Federação das Indústrias
do Estado do Ceará acolhe com o maior interesse e grande entusiasmo
a realização deste evento que apreciara as técnicas de conservação
de energia elétrica. e lhe sobram motivos. se não bastasse trazer
ate nós as presenças ilustres das renomadas e competentes autoridades,
a quem dirigimos nossa respeitosa saudação, o tema proposto e instigante
e da maior relevância.
De há muito o Brasil vem experimentando o angustioso
problema do racionamento que traz irremediáveis perdas a toda sociedade
e inquestionáveis prejuízos aos setores produtivos.
Mesmo assim, é o setor energético no país, um dos melhores
estruturado e habilitado profissionalmente. entretanto, se ha uma
alta qualidade, ocorre lambem uma imensa dificuldade institucional,
que se afigura da maior seriedade.
Por outro lado, existe um problema que preocupa o mundo
inteiro e já vem se tornando presença entre nos: a ecologia.
Todas
as nações dependem do petróleo produzido pelo oriente médio e como
produto não renovável tendera a criação de problemas políticos estratégicos
sérios para o futuro próximo. O carvão continuara poluindo, espargindo
o C02 na atmosfera. A energia nuclear, que se desenha como a solução
do futuro, e de alta segurança, porém sujeita a riscos imensuráveis.
A hidroelétrica inunda terras preciosas. Dentro desses quadros muitos
prevêem um futuro difícil para a energia, não obstante o avanço
cada vez maior da tecnologia nos conceder a expectativa robusta
da solução e conciliação desses problemas.
Os
óbices que o setor energético enfrenta tem sido lambem uma constante
preocupação das lideranças empresariais do Ceará. A FIEC, que se
mostrou incansável na luta pela conclusão de Itaparica e rígida
continuidade do cronograma de execução da hidroelétrica de Xingó,
tem consciência plena da gravidade que representa para o futuro
da industrialização do nordeste, qualquer ameaça ao suprimento regular
de energia elétrica, máxime, quando depois de tanto esforço, as
potencialidades do parque industrial com as ZPE’S, puderem ser afetadas.
O
uso racional da energia como meio de economizar no seu consumo e
um imperativo que se impõe, inclusive, pela sua repercussão nos
custos industriais.
A definição urgente de recursos,
notadamente por meio de empréstimos externos, para investimentos
reclamados pelo setor energético não pode mais sofrer atrasos.
Se
há, também, intenção do governo em manter o projeto de usinas termonucleares,
faz-se necessário melhorar o nível do ensino universitário brasileiro
nessa área, investindo mais no capital humano e na formação tecnológica,
sob pena de não poder sustenta-lo em razão desse processo ser indubitavelmente
perigoso.
Sem que se constitua qualquer
critica depreciativa ao ministério de minas e energia, e forçoso
se reconhecer que o grau relativo de coordenação que exerce sobre
o setor elétrico, mercê das imensas dimensões envolvidas
e as questões políticas, que povoam o processo decisório brasileiro,
agravam o desperdício de energia no pais.
Por essas e outras considerações
que se poderia traçar a respeito desse problema, queremos ressaltar
a ênfase a ser dada neste seminário ao setor têxtil que, efetivamente,
representa o segmento industrial de maior participação no conluio
energético industrial cearense, traduzido em mais de um terço desse
total e que, consubstanciando um expressivo polo de desenvolvimento,
abriga um forte contigente de trabalhadores, os quais aliados a
capacidade gerencial do empresário, continuarão a colaborar no fortalecimento
da nossa economia.
Temos
certeza de que, das exposições e dos debates sobre tão importante
e momentoso tema, nascerão avaliações e propostas que servirão para
orientar o melhor caminho para a solução dos problemas do setor
energético do Ceará, do Nordeste e do Brasil, todos eles interligados
e interdependentes.
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