Para facilitar
o pronunciamento, enumeramos os principais aspectos, já que não
e feito em forma de entrevista:
1º) Qual
o. percentual (mais ou menos), que incidiu na medida adotada pelo
Governo? Se houve reação favorável ou desfavorável na economia interna
do Estado?
R) Ainda não é possível definir, em números, o prejuízo advindo do Racionamento,
mas o prejuízo existiu e de tal ordem que provocou o descontentamento
e apreensão do Setor Industrial, traduzidos na veemente reação dos
empresários através de suas entidades de classe.
2º)
Os usuários cooperaram com a medida?
R) Sim. de forma diversificada, é verdade, mas sempre positivamente. Cite-se
por ser de justiça, que o Ceará chegou a economizar energia acima
do nível de 14% imposto pela CHESF.
3º) Houve prejuízo econômico no Parque Industrial?
R) Mais do que econômico, também social. A diminuição de produção significa
desemprego e menor venda, consequente redução na arrecadação de
imposto com o sacrifício de metas, planos e projetos do Governo
para sua obrigação de assistir à comunidade.
4º) Nas condiç6es atuais (ante a indefinição da política econômica), há
possibilidade da Industria recuperar o tempo perdido?
R) Em nenhuma circunstância ~
possível recuperar tempo perdido, o tempo não retroage nem se repete.
Apenas passa
5º) Houve aumento da Produção após o racionamento?
R) Certamente que sim, mas de difícil constatação desde que estamos diante
de um resultado sujeito a duas circunstâncias conflitantes quais
sejam o fim do racionamento e o início de urna recessão.
6º) Houve desemprego, em face da medida?
R) Já respondida no item 03.
7º) Outras considerações sobre o assunto, a critério do
R) O Nordeste
não deve soltar foguetes e se embandeirar em arco, na ilusão de
que o fim do racionamento significa o fim do problema da energia
elétrica na Região. Há outros fatores que não permitem nenhum tipo
de euforia As próprias autoridades do Setor Energético confessam
o precário estado da rede de transmissão e distribuição de energia
elétrica no Nordeste e por outro lado, já agora , ainda no inicio
das obras da construção da barragem do Xingó, que é essencial para
que não mergulhemos em nova crise já a partir de 1990, faltam recursos
financeiros para pagar aos empreiteiros. Por isso se fala abertamente
na paralisação das obras e se torna necessária a rápida imediata
e vigorosa reação das entidades, do empresariado, do próprio povo
para que não assistamos a repetição do episódio de Itaparica. O
desvio de verbas para aquela barragem é que penalizou os nordestinos
com o racionamento agora suspenso. A Federação das Indústrias lança
desde agora campanha para se exigir do Governo Federal a garantia
de que não voltara a tratar o Nordeste de forma discriminatória.
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