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Pronunciamento do Dr. José Flávio Costa Lima, quando da transmissão de cargo de presidente da FIEC ao Dr. Luiz Esteves Neto.
Fortaleza, 03 de dezembro de 1986



Senhores,

Nove anos atrás, ao inaugurar nosso primeiro mandato, perguntávamos o que, afinal de contas, era uma entidade sindical.

Nosso discurso demorar-se-ia, ao longo desse tempo, a favor da participação, na medida em que, pedindo ao industrial maior disciplina pessoal e cívica, deixávamos patente, a nível da entidade, a consciência da repercussão social das suas responsabilidades e do seu verdadeiro e atual papel.

Sem dúvida, esse ativismo responde àquela indagação inicial, ao mesmo tempo que nos deixa o sentimento de que a incapacidade nordestina para vencer o tradicional processo espoliativo que subjuga a Região é, sobretudo, fruto da sua impotência política.

A FIEC, inegavelmente, é dinâmica, e para ela muito contribuíram aqueles que dividiram conosco os trabalhos de sua administração, assim como as Associações congêneres e aqueles que, estranhos ao setor empresarial, deram-nos a correta perspectiva diante das políticas e das diretrizes governamentais sobre a economia e o desenvolvimento nacional. Referimo-nos ao Conselho Superior de Política Econômica e Social da Indústria Cearense, criado em 1980, que, com a presença dos magníficos reitores Paulo Elpidio de Menezes Neto, Anchieta Esmeraldo da UFC e Cláudio Regis da UECE, ao lado de Nilson Holanda, Pedro Jorge, Manuel Bosco, Liana Carleial e tantos outros, nos deram valiosa colaboração e estímulo.

Sem a preocupação do “MUDANCISMO” em voga (mudancismo que mas parece um pretexto do que um propósito), destacamos, entre outras, a mudança no Estatuto Social, pela qual nenhum presidente poderá permanecer por mais de dois mandatos consecutivos. Assim, conseguimos fazer valer o salutar princípio da renovação, que traz democraticamente para Luís Esteves Neto as responsabilidades de presidir esta entidade.

Seria talvez indelicado, sobretudo porque ocioso, falar-vos sobre este dinâmico companheiro e amigo, a quem o empresariado e a sociedade cearense tão bem conhecem, admiram e respeitam.

Desonerado das responsabilidades que já são suas, não nos permitiríamos perder-nos em evocativa peroração, como se nosso discurso fosse terminar aqui e agora.

Não vos falaremos portanto, sobre nossos serviços de economia e informática e sobre as regionais do Serviço Social da Indústria – SESI, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI e do Instituto Euvaldo Lodi – IEL, essas entidades que afirmam os sérios propósitos sociais da indústria nacional.

           

Queremos agradecer, entretanto, a todos os funcionários do Sistema FIEC, pela eficiente colaboração.

Companheiros,

Nossos compromissos são iterativos, porque permanentes: o discurso continua.

Ao invés de peroração no tempo pretérito, este seria o momento de mais um exordio sobre as tarefas que se desdobram na FIEC e se prolongam até a Confederação Nacional da Indústria, aí, sob a direção de Albando Franco, empresário e ilustre homem público que a indústria nacional e nós outros admiramos e aplaudimos.

Quais as políticas e os instrumentos que o Brasil deve acionar para que possa desenvolver-se mais e mais, com base na modernização da sua economia e da sua indústria, tendo em vista a justiça social?

Que respostas teremos da Constituinte?

Estamos assistindo a uma luta política que se diz democrática. O discurso, vale dizer, a retórica é de esquerda. A fragilidade e a desorganização dos partidos – sem os quais não há democracia representativa, provocam nos principais editorialistas do País o sentimento de que estamos a assistir a uma farsa.

Que virá depois disto?

A pergunta é do ilustre mestre e filósofo Djacir Menezes, que, entre outras considerações, responde:

“De um lado, fica o sonambulismo marxista recitando suas rezas sobre o apocalipse do capitalismo; do outro, a pseudo ciência dos economezes gaguejando no entrechoque das organizações semiprivadas e semipúblicas, no hermafroditismo econômico financeiro, que dá ao Estado a forma inclassificável que os teóricos do direito debalde buscam configurar em linhas doutrinárias conseqüentes”.

Mas, meus amigos, o momento é de ouvir.

O devenir é de Luiz Esteves.

Muito Obrigado.