Senhores,
Nove
anos atrás, ao inaugurar nosso primeiro mandato, perguntávamos o
que, afinal de contas, era uma entidade sindical.
Nosso
discurso demorar-se-ia, ao longo desse tempo, a favor da participação,
na medida em que, pedindo ao industrial maior disciplina pessoal
e cívica, deixávamos patente, a nível da entidade, a consciência
da repercussão social das suas responsabilidades e do seu verdadeiro
e atual papel.
Sem
dúvida, esse ativismo responde àquela indagação inicial, ao mesmo
tempo que nos deixa o sentimento de que a incapacidade nordestina
para vencer o tradicional processo espoliativo que subjuga a Região
é, sobretudo, fruto da sua impotência política.
A
FIEC, inegavelmente, é dinâmica, e para ela muito contribuíram aqueles
que dividiram conosco os trabalhos de sua administração, assim como
as Associações congêneres e aqueles que, estranhos ao setor empresarial,
deram-nos a correta perspectiva diante das políticas e das diretrizes
governamentais sobre a economia e o desenvolvimento nacional. Referimo-nos
ao Conselho Superior de Política Econômica e Social da Indústria
Cearense, criado em 1980, que, com a presença dos magníficos reitores
Paulo Elpidio de Menezes Neto, Anchieta Esmeraldo da UFC e Cláudio
Regis da UECE, ao lado de Nilson Holanda, Pedro Jorge, Manuel Bosco,
Liana Carleial e tantos outros, nos deram valiosa colaboração e
estímulo.
Sem
a preocupação do “MUDANCISMO” em voga (mudancismo que mas parece
um pretexto do que um propósito), destacamos, entre outras, a mudança
no Estatuto Social, pela qual nenhum presidente poderá permanecer
por mais de dois mandatos consecutivos. Assim, conseguimos fazer
valer o salutar princípio da renovação, que traz democraticamente
para Luís Esteves Neto as responsabilidades de presidir esta entidade.
Seria
talvez indelicado, sobretudo porque ocioso, falar-vos sobre este
dinâmico companheiro e amigo, a quem o empresariado e a sociedade
cearense tão bem conhecem, admiram e respeitam.
Desonerado
das responsabilidades que já são suas, não nos permitiríamos perder-nos
em evocativa peroração, como se nosso discurso fosse terminar aqui
e agora.
Não
vos falaremos portanto, sobre nossos serviços de economia e informática
e sobre as regionais do Serviço Social da Indústria – SESI, do Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI e do Instituto Euvaldo
Lodi – IEL, essas entidades que afirmam os sérios propósitos sociais
da indústria nacional.
Queremos
agradecer, entretanto, a todos os funcionários do Sistema FIEC,
pela eficiente colaboração.
Companheiros,
Nossos
compromissos são iterativos, porque permanentes: o discurso continua.
Ao
invés de peroração no tempo pretérito, este seria o momento de mais
um exordio sobre as tarefas que se desdobram na FIEC e se prolongam
até a Confederação Nacional da Indústria, aí, sob a direção de Albando
Franco, empresário e ilustre homem público que a indústria nacional
e nós outros admiramos e aplaudimos.
Quais
as políticas e os instrumentos que o Brasil deve acionar para que
possa desenvolver-se mais e mais, com base na modernização da sua
economia e da sua indústria, tendo em vista a justiça social?
Que
respostas teremos da Constituinte?
Estamos
assistindo a uma luta política que se diz democrática. O discurso,
vale dizer, a retórica é de esquerda. A fragilidade e a desorganização
dos partidos – sem os quais não há democracia representativa, provocam
nos principais editorialistas do País o sentimento de que estamos
a assistir a uma farsa.
Que
virá depois disto?
A
pergunta é do ilustre mestre e filósofo Djacir Menezes, que, entre
outras considerações, responde:
“De
um lado, fica o sonambulismo marxista recitando suas rezas sobre
o apocalipse do capitalismo; do outro, a pseudo ciência dos economezes
gaguejando no entrechoque das organizações semiprivadas e semipúblicas,
no hermafroditismo econômico financeiro, que dá ao Estado a forma
inclassificável que os teóricos do direito debalde buscam configurar
em linhas doutrinárias conseqüentes”.
Mas,
meus amigos, o momento é de ouvir.
O
devenir é de Luiz Esteves.
Muito
Obrigado.
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