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Pronunciamento do Presidente da FIEC, Dr. José Flávio Costa Lima, quando de sua posse como representante da Confederação Nacional da Indústria, junto ao Conselho Deliberativo da SUDENE.
Recife, 27 de setembro de 1985



Com a palavra Dr. José Flávio Costa Lima, representante da Confederação Nacional da Indústria – CNI.

Sr. Presidente, Governador Hugo Napoleão

Sr. Superintendente da SUDENE, Srs. Governadores e Senhores Conselheiros

Nossa presença neste Conselho, antiga reivindicação de todos nós, reflete o espírito democrático do Presidente José Sarney e  o conseqüente empenho do senhor Superintendente desta entidade, Sr. José Reinaldo Tavares.

Aqui chegamos como agentes dinâmicos do processo de desenvolvimento econômico, que se baseia na economia de mercado e na livre empresa, porque se quer democrático e socialmente justo.

Desde o início a opção da SUDENE, já no sistema 34/18, era não estatizante.

O FINOR aperfeiçoou a sistemática operacional, levando-nos à valorização, via Bolsa de Valores, do necessário instrumento da economia capitalista e produtiva.

Aqui já se disse muito, mas não se produziu muito.

É que o Brasil sofre da doença crônica das programações interrompidas, pela não implementação de recursos.

A culpa é da União que ainda não adotou o Nordeste. A SUDENE, o BNB, e o FINOR, apesar disto, produziram.

Só a ignorância ou a má fé pode desconhecer que a Região estaria certamente inviabilizada se eles não existissem.

A teoria econômica mostra que, pior do que não planejar é interromper execuções, diminuir recursos, e sincopar-lhe as programações.

Não vamos falar de desigualdades regionais.

           

O Presidente Tancredo, não tivesse sido destroçado pelo destino, teria dito que o Brasil tem grande dívida para com o Nordeste. Diria também, que seu maior devedor, entretanto, é a própria elite regional.

Reclama-se profunda reflexão sobre isto, pois todos devemos mudar nosso comportamento pessoal e cívico. A hora de verdade!

Não falemos de desigualdades e discriminações. Entretanto, elas existem. O Nordeste não seria mais feliz com a pobreza do Sul. O que não queremos é a sua riqueza à custa desta região.

As medidas antiinflacionárias contra o mal econômico que aqui não foi gerado, apenas nos agravam mais e mais, nos ofendem e nos humilham.

O problema é de desenvolvimento econômico e social, e o industrial chega a esse Conselho, aproximando-se do Centro de Decisão, para colaborar.

Traz sua perspectiva da dinâmica do processo.

Ele quer, sobretudo, que sua critica só seja válida na medida que contribua para a solução definitiva dos problemas. 

Vamos trabalhar.