Senhores
Industriais,
Reconhecer
as redobradas responsabilidades que me pesam, em função desta renovação
de mandato, seria do protocolo.
Dispenso-me
de tanto, pois a própria renovação traduz vossa certeza de que me
dedicarei aos programas da FIEC com a mesma identidade de propósito.
Agradeço-vos
e vos convoco para as tarefas que são as nossa entidade.
São
nossas,como empresários que acreditamos nas virtualidades do sistema
democrático e da economia de mercado.
Sabemos
que aquelas tarefas são árduas e delicadas, até porque, num país
de baixa formação cultural, como o nosso, exigem uma avaliação crítica
global, necessária a superação dos problemas que afligem o corpo
social da nação.
Disso decorre a
necessidade de reivindicações específicas e de atitudes genéricas
que, via de regra, suscetibilizam os personalismos dirigentes, responsáveis,
no dizer de Aureliano Chaves, pela ausência de uma organização político-partidária
definida, a nível de compatibilizar-se com as necessidades do país.
Achamos
que o momento é de participação e que a hora não comporta casuísmo.
Sabemos
dos tremendos equívocos praticados em todas as áreas de decisão
econômica e conhecemos os déficits estruturais da nossa sociedade.
Avaliamos
os desperdícios praticados em nome do desenvolvimento e sabemos
medir os sacrifícios que deveremos suportar para recuperar a economia
em recessão, sem perder de vista a democracia social, que entende
o estado de direito como estado no qual todos participam social
e culturalmente dos bens comunitários, já no plano das decisões,
já no acesso às formas de melhor distribuição das riquezas.
Os
tempos não são de transigências, nem de omissões, tampouco podemos
cansar.
Cansados
estão nossos irmãos flagelados.
Humilhados
e ofendidos, menos pelo vencível agreste da ecologia, do que pela
incompetência das burocracias e das oligarquias.
Cansados estão
os filhos de um país rico que, pelas ambições de suas pretensas
lideranças, não sabe encontrar os caminhos do trabalho, da produtividade,
da participação e do consenso.
Agora,
que as fontes secaram, que os fundos se desperdiçaram é de bom tom
ser austero.
Permiti-me
pois ser austero de palavras, para não me distender sobre as desigualdades
regionais, sobre a valorização da SUDENE, sobre o custo do dinheiro,
sobre o desenvolvimento e a reforma social; são temas aos quais
não renunciamos, que estão permanentemente em nossa pauta de trabalho.
Devo
dizer que nossa entidade não faz política partidária, nem se opõe
a pessoas.
Deseja,
certamente, no exercício de suas prerrogativas legais, defender
os legítimos interesses que situam nossa classe no contexto econômico-social
do país, que queremos progressista e solidariamente justo.
Neste
programa, estou certo de que contarei coma a valiosa colaboração
de todos os industriais cearenses e, principalmente, daqueles que
compõem a Diretoria desta Federação.
|