Qual
a terapêutica coerente para os problemas que aí estão, puxados pelo
carro inflacionário que o despreparo da classe dirigente não soube
conter?
Sabemos
não existir medida mágica ou genial a ser aplicada, pois, por sua
complexidade e abrangência, o problema reclama a ação disciplinada
do governo e, ao mesmo tempo a solidariedade e a participação de
todas as classes sociais da nação.
Entretanto,
quer o industrial nordestino deixar claro diante do quadro de carências
regionais, que não será permitida a descontinuidade dos incentivos
fiscais do nordeste, sob o pretexto do combate à inflação, inflação
que, por dependentes, não provocamos e, por economia reflexa que
somos, importamos.
Por
coincidência, aproximam-se as eleições.
O
país começa a adentrar-se na democracia representativa, que suscita
o posicionamento virtual de todas as classes em torno do projeto
nacional, que se quer pluralista e socialmente justo.
Tão
prioritário quanto a defesa da economia de mercado e da empresa
nacional, é o estabelecimento de normas sociais que se tornem obrigatórias,
a partir de um perfil ético compatível com o estado de direito que
vise ao aprimoramento democrático e à renovação estrutural da sociedade.
Importa
ressaltar, também, que a parte capital de qualquer reformulação
teria de principiar pela incondicional observância da lei, principalmente
contra os abusos do poder, tanto político quanto econômico.
Pois,
tão nociva como a subversão das ideologias sectárias é a frustração
do espírito associativo e comunitário, como resultado da impunidade
dos que fraudam a lei, já no setor da administração, já no setor
da economia e da finança, desviando incentivos e enriquecendo à
custa da boa fé do mercado.
Isso
requer, entendo eu, um ativismo político que não aceita o individualismo
e o comodismo em que vivem grandes contingentes das classes dominantes.
“DEMOCRACIA
NÃO É REGIME NEGATIVO, FEITO DE APATIA, DE TRANSIGÊNCIA, DE OMISSÕES,
É, SIM, REGIME POSITIVO DE AÇÃO, QUE TEM DE SE PRESERVAR A SI PRÓPRIO
E À ESCALA DE VALORES QUE O INTEGRA, NÃO PERMITINDO QUE SUAS PRÓPRIAS
FRANQUIAS O LEVEM À DESTRUIÇÃO”.
O
momento nacional torna atual, e vale revigorar, essa profissão de
fé das classes produtoras nacionais, proclamada em reunião plenária
no Rio de Janeiro, em 1961.
Não
nos iludamos. A marcha será longa e reclama idoneidade política,
entendida esta como função do bem comum.
A
história das nações mostra que essa idoneidade resulta da vigilância
implícita no conceito, digo melhor, nos deveres da cidadania.
ESTEJAMOS,
POIS, À ALTURA DAS NOSSAS RESPONSABILIDADES.
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