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São Paulo Não Tenciona


Desviar Incentivos







"A indústria paulista enfrenta na mo- Comentou o sr.. Antônio Barreto, que é
mento séria crise decorrente do empirismo dos também membro da Comissão da Indústria
seus investidores, criando uma situação de de- Têxtil e de entidades paulistas, que o Nordeste
seconomia e aglomeração com um custo social não é tomado como grande oportunidade de
muito elevado. Isto fêz com que o Govêrno mercado, mas de capital barato. E defendeu
paulista determinasse estudos de interiorização que a industrialização é para gente de casa.
ou descentralização do seu parque industrial Tentativas devem continuar para reforçar o
da Grande São Paulo, não com o intúito de evi- empresário local {nordestino} para que êle seja
tar evasão de investidores para o Nordeste ou o propulsor do desenvolvimento. O desenvolvi-
outra qualquer região do Pais, porém orientar mento regional é mais proveitoso pela vivência
com a preocupação única de resolver o proble- local. Não se negue a presença de investido-
ma de mercado interno do empresário bandeí- res de outras partes, mas não se torna vanta-
rente. " joso o crescimento sem o esfôrço local".

A afirmativa foi feita pelo engenheiro An-
tônio Barreto, assessor técnico da Secretaria CESCENTRALlZAÇÃO
da Fazenda de São Paulo, que êste mês estêve
em Fortaleza, onde veio manter contatos com O estudo da descentralização industrial
a assessoria do Banco do Nordeste, após ter que ora se realiza em São Paulo, disse, está
estado na SUDENE, tratando de elementos longe nêsse setor. É mais para resolver o pro-
com respeito ao grupa de trabalho que orienta blema social, de saneamento básico, levando
com vistas à descentralização industrial pau- os investimentos a uma interiorização criando
lista. paios de industrialização, como em Bauru, São
José do Rio Preto e outras comunidades, numa
NORDESTE orientação do Govêrno com o objetivo de se
coadunar com o mercado interno. E ainda, na
O Sr. Antônio Barreto, formado em pós- redistribuição de rendas em propulsão ao pró-
graduação no Centro de Treinamento e Desen- prio desenvolvimento.
volvimento Econômico - CETREDE, em Forta-
leza, onde se especializou em desenvolvimento Disse que 60% do investimento paulista
econômico, defendeu que a indústria poulista são autônomos pois o Govêrno não mantém ne-
enfrenta crise no momento, também, pelo pro- nhum contrôle. É empirico e de consequências
tecionismo que recebe do Govêrno do Estado. imprevisiveis. A indústria terciária demonstrou
Essa proteção, sim, deve ser dada para o em- êste ponto fraco no crescimento do parque
presário nordestino par mais cinco, seis ou paulista. Seguindo-a, vem a de malharia, nu-
mais anos, porque necessita. A indústria pau- ma decorrência das mesmas distorçães e' na
lista deve caminhar com os próprios pés, assi- presente conjuntura a que o Govêrno é chama-
nalou. do a intervir para orientar,

Página 18 INDúSTRIA CEARENSE
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