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DISCURSO PROFERIDO PELO PRESIDENTE DA FIEC, FRANCISCO JOSÉ ANDRADE SILVEIRA, POR OCASIÃO DA SOLENIDADE COMEMORATIVA DO 25° ANIVERSÁRIO DE FUNDAÇÃO DA FIEC
Fortaleza, 21 de março de 1975



HISTÓRICO

A Federação das Indústrias do Estado do Ceará, por seus órgãos representativos, que a dirigem e a constituem, se reúne, neste ágape festivo, para comemorar, com justo orgulho e satisfação, os seus vinte e cinco anos de instituição.

Efetivamente, a carta de reconhecimento de nossa entidade, emitida pelo Ministério do Trabalho, é datada de 1º de Maio de 1950 e firmada pelo Ministro Honório Monteiro. A fundação da entidade, entretanto, acorreu no dia 21 de Março do mencionado ano, participando da sessão inaugural os Sindicatos da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral no Estado do Ceará, da Indústria de Calçadas de Fortaleza, da Indústria de Alfaiataria e de Confecção de Roupas de Homem de Fortaleza, da Indústria de Tipografia de Fortaleza, e da Indústria da Construção Civil de Fortaleza, cujas presidências estavam então confiadas, respectivamente, a Thomás Pompeu de Sousa Brasil Neto, Francisco Filomeno Ferreira Gomes, Manoel Bezerra Lima, Pergentino Maia e Manoel Nobre de Souza. A reunião de fundação teve como coordenador, o Dr. Lauro Maciel Severiano, então consultor Jurídico do Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral no Estado, tendo o mesmo, após a fundação, viajado ao Rio de Janeiro, em companhia do então Delegado Regional do Trabalho, no Ceará, Dr. Crisanto Pimentel, para diligenciar o reconhecimento da nova entidade sindical, em conseqüência do qual passariam à administração da mesma, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI e o Serviço Social da Indústria – SESI.

A primeira Diretoria da Federação ficou assim constituída:

Presidente: Engenheiro e Industrial têxtil Waldyr Diogo de Siqueira; Vice-presidente: industrial em tipografia Pergentino Maia; 1° Secretário: Engenheiro industrial têxtil Thomás Pompeu de Sousa Brasil Netto; 2° Secretário: Francisco Assis Philomeno Gomes, industrial têxtil e, Tesoureiro José Teófilo GurgeI industrial têxtil.

A Confederação Nacional da Indústria, – reconhecida por Decreto Federal de N.º 12.321, de abril 1943, ficou com o encargo de organizar e dirigir o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, criado pelo Decreto-Lei Nº 4.048, de 22.01.1942.

Serviço Nacional da Indústria, idealizado por Roberto Simonsen, e contando ainda, com a solidariedade de Morvan Dias de Figueiredo, Armando de Arruda Pereira e Euvaldo Lodi, foi reconhecido pelo Decreto-Lei Nº 9.403, de 25 de junho de 1946, e também entregue à administração da Confederação Nacional da Indústria. No Ceará, entretanto, àquela época, ditos organismos estavam subordinados diretamente àquela entidade nacional, à falta de uma Federação de Indústrias, no Ceará.

Assim, era um imperativo do patronato cearense assumir as responsabilidades que a Lei, por antecipação, lhe outorgava. Foi, pois, despertada a consciência de nossa liderança industrial para assumir os encargos que a legislador federal dera ás entidades sindicais de segundo grau, na grande abra da criação de escolas de aprendizagem para industriários e do bem-estar social dos mesmos trabalhadores, concorrendo para a melhoria do padrão geral de vida, no País, e, bem assim, para o aperfeiçoamento moral e cívico e o desenvolvimento do espírito de harmonia entre as classes sociais.

A Federação das Indústrias do Estado do Ceará surgiu com esse objetivo prioritário, já que, contribuindo a indústria cearense para a manutenção do SENAI e do SESI, cumpria aos seus legítimos representantes dirigir aquelas entidades, o que somente poderia ocorrer com a organização de sua entidade sindical representativa, junto à Confederação Nacional da Indústria.

No curso desses vinte e cinco anos, os fatos falam mais alto do que as palavras. A Federação das Indústrias não só aumentou as suas bases sindicais com, graças à sua existência, e ao prestígio de sua liderança, contribuiu para a indicação do Dr. Thomás Pompeu de Souza Brasil Netto, seu Presidente, para as elevadas funções de Presidente da Confederação Nacional da Indústria, em cuja administração foram instaladas no Ceará, no setor do SENAI, o Centro de Formação Profissional da Barra da Ceará, e no setor do SESI, o Centro Social Thomás Pompeu de Souza Brasil e o Centro Esportivo Recreativo, obras de real significação para que aqueles organismos possam cumprir as suas finalidades, em nosso Estado.

Podemos, pois, nos orgulhar do trabalho realizado.

Ao longo desses vinte e cinco anos, os industriais cearenses, no âmbito de sua entidade de classe, cumpriram as tarefas que a legislador federal, ou mais, propriamente, o Governo Federal lhe outorgou. As contribuições pagas pela indústria para aprendizagem industrial e para o bem-estar social dos trabalhadores, objetivando o progresso industrial e a Paz social, foram rigorosamente aplicadas, e as sementes plantadas já frutificam em messes generosas.

Só nos resta, pois, nesta data comemorativa, reafirmar o nosso ânimo e o nosso idealismo, para conquista de novas vitórias. É o que fazemos, erguendo, simbolicamente, um brinde à classe industrial do Ceará pelo desempenho com que se houve nesses vinte e cinco anos de atividades sindicais pelo bem do Brasil. E para deixar indelevelmente registrado tão marcante acontecimento, convidamos a Exma. Sra. Norma Ferreira Diogo de Siqueira para descerrar a placa de bronze comemorativa dos 25 anos de fundação da Federação das Indústrias no Estado do Ceará