início :: voltar :: imprimir
gestão: Êxito Garantido :: diretorias :: foto 

 
 
 

DISCURSO PROFERIDO PELO PRESIDENTE DA FIEC, FRANCISCO JOSÉ ANDRADE SILVEIRA, COMO PARANINFO DA TURMA DE "ENGENHEIROS DE SEGURANÇA DO TRABALHO".
Fortaleza, 18 de dezembro de 1974



SEGURANÇA DO TRABALHO

A escolha do meu nome para ser o paraninfo da 1ª Turma de Engenheiros de Segurança do Trabalho e como homenageado Especial da 1ª Turma de Médico do Trabalho, ao término de seu curso, realizado no Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Ceará, repercute no meu espírito como um convite ao diálogo a ser travado entre os novos profissionais da Segurança do Trabalho e as classes empresariais, que tenho a honra de representar, na qualidade de Presidente da Federação das Indústrias no Estado do Ceará e do Sindicado da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral do mesmo Estado. Outro, naturalmente, não deve ter sido o objetivo, embora muito me possa sensibilizar pela homenagem particular que envolve tão nobre quanto desvanecedor encargo.

Sejam, portanto, de agradecimentos as minhas primeiras palavras aos meus ilustres paraninfados e ilustres homenageantes. E como aqui fui trazido pela generosidade do vosso gesto, permitia-me que vos faça o encômio da especialização que acabais de concluir, em curso breve, mas de alta significação social.

Ides exercer a vossa atividade no campo da medicina e da segurança preventiva do acidente do trabalho, levando o vosso concurso à solução de um dos problemas mais angustiantes do setor empresarial, no campo da produção e do bem estar geral da coletividade trabalhadora.

Sabeis perfeitamente que as estatísticas referentes a infortunística do trabalho, no Brasil, evidenciam uma tremenda anomalia. O acidente de trabalho oferece um índice de mortandade impressionante, ocasionando uma média de oito mortes por dia, um prejuízo ao Produto Nacional Bruto de mais de cinco bilhões de cruzeiros, sem falar nas incapacidades deles resultantes, levando aos Iares de trabalhador nacional e sofrimento e a redução de rendas.

Estamos diante de um problema para cuja solução, ainda que a médio prazo, necessita da compreensão geral, do esforço conjugado de todos aqueles que se encontra dentro de sua temática. Urge a compreensão e a educação do trabalhador; é mister a cooperação e o descontinuo de empresário; e necessário à ação governamental ditando a política prevencionista e assegurado os meios para a sua aplicação.

Dentro desse esquema, situa-se o médico e o engenheiro de segurança do trabalho, como uma peça essencial ao êxito da política prevencionista, política que visa preservar acima de tudo a vida humana, seguindo-se-lhe a defesa dos valores econômicos. Nessa tarefa grandiosa o engenheiro de segurança se irmana com, o médico de higiene do trabalho, ambos responsáveis pela tranqüilidade e segurança do trabalhador e de suas famílias, das quais depende, paralelamente, melhores índices de produtividade e menos despesas com infortúnios individuais.

Eis a vossa elevada missão nesse novo campo de batalha que o Governo Federal vem de encentar, em todo país, conclamando trabalhadores, empresários entidades de classe para um desempenho consciente na luta contra o acidente e trabalho.

Podeis contar com a nossa compreensão. Os empresários brasileiros também inscrevem como bons combatentes dessa nobre causa, pois nunca se furtaram a estar a coletividade nacional o seu trabalho e sua cooperação na gigantesca obra de se estabelecer, em nossa Pátria, um regime em que a prosperidade não seja apanágio duma minoria, mas, sim, o objetivo comum para o bem-estar geral da coletividade brasileira