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são múltsplos e sua explicação não se ajusta 18. Talvez não seja realista advogar-se
a qualquer modêlo teórico. Às vêzes o Estado é que o Estado se desfaça de contrôle de tõdas
forçado a tornar-se empreendedor quando ai- suas emprêsas que produzem bens e serviços
guma emprêsa privada fracassa e sua liquida- para o mercado. Deve-se, porém, examinar a
ção não seria conveniente ao pais. O Estado a conveniência de que o faça sempre que tal re-
encampa e nem sempre é menos ineficiente do sulte em maiores beneficios para a comunidade.
que foram os particulares. Orientação politica A decisão não é fácil de ser tomada porque ge-
de governos que desejam marchar para um co- ralmente cercada de clima emocional, como é
cnotismo de Estado, e entram em atividades exemplo a recente venda da Fábrica Nacional
que a iniciativa privada pode ou está exploran- de Motores. Quando a emprêsa é lucrativa,
do eficientemente é outra razão da estatização aíguns se opõem a sua vende alegando não ser
econômica. A recente "chilerúzaçôo" da indús- justo que o Estado organize um negócio e quan-
tI ia de cobre do pais amigo é exemplo de del i . do o mesmo estiver dando lucro seja passado
berada intervenção do Estado em indústria efi- a mãos de particulares; quando a emprêsa é
cientemente administrada, pora assegurar ao deficitária, ponto dos mais criticos para sua ali-
Govêrno que decisões de grande importância enação é o preço a ser negociado. Apesar des-
não fiquem sujeitas a inierêsses externos, sôo sas e de outras dificuldades, seria conveniente
bre os quais o Chile teria pouca ou nenhuma uma definição de politica sôbre a manutenção
influência. cio contrôle estatal, a alienação gradativa de
emprêsas e a entrada em novos campos. A au-
sência de diretrizes claras e bem fundamenta-
16. A segurança nacional tem determi- das poderá levar a crescente porticipação do
nado a participoção do Estado ou o estabeleci- Estado em setores nos quais a iniciativa parti-
mE'nto de monopólios estatais em setores ener- cular tem não só a necessária capocidade ge-
géticos que poderiam ser eficientemente desen
volvidos pela iniciativa particular. Algumas vê rencial e financeira, como estaria disposta a
zes as razões de segurança nacional que ores: nêles ingressar ou ampliar suas atividades.
dém a tais decisões não se condunam com o
lógica ou com uma politica econômica racional
Em muitos casos a motivação estatizante é o 19. Há vonos outros aspectos dêsse te-
tamanho do empreendimento que exige recur- ma fascinante que não poderiam ser analisados
sos acima das disponibilidades de grupos em no espoço disponivel. O tratamento esquema-
presariais nacionais, não sendo considerada tico dado ao assunto deixou de lado, por exern-
conveniente a participação de interêsses es olo, a contribuição da experiência dos dirigentes
trangeiros. de emprêsas governamentais na formulação de
politicas econômicas adequadas à nossa real i··
17. Quais tenham sido as razões pora as dade; a análise critica do desempenho do setor
incursões do Govêrno em águas que podem ser privado comparativamente às emprêsas esta-
deixadas à responsabilidade privada, o impor tais; as várias motivações sociais do moderno
tante é que as emprêsas estatais sejam eficien empreendedor e muitos outros aspectos que oo-
temente administradas e que, vendendo sua derõo servir de estimulo a estudos, meditações
produção a preços competitivos, gerem exce e pesquisas por quantos se preocupam com o
dentes financeiros que possam ser usados em desenvolvimento do nosso pais. Neste terreno
sua expansão ou para outros fins socialmente o que menos necessitamos é de dogmatismo,
desejáveis. Se o objetivo da emprêsa estatal sendo desejável uma atitude pragmática cons-
não fôr a maximização do lucro, que é a mais
fcrte motivação da emprêsa privada, não deve trutiva que conduza a uma conjugação de es·
ela acanhar-se de oferecer resultados financei· forços entre a iniciativa governamental e a em-
ros positivos, nem ser isenta de impostos. A prêsa privada, com o objetivo de bem usar os
competição com o setor privado deve ser feita. recursos disponiveis e acelerar o desenvolvi··
na medida do possivel, em pé de igualdade. mento do Brasil.

INDúSTRIA CEARENSE Pág-ina 23
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