Informativo da Federação das Indústrias do Estado do Ceará • 01 de abril de 2016 • www.sfiec.org.br
FUTURO: Uma construção coletiva
O clima preguiçoso da economia, cada vez mais dependente da cena política, marcou a semana que se encerra. Não que as coisas tenham se acalmado em Brasília, muito ao contrário. Os fatos continuaram atropelando previsões e até os mais sagazes analistas já não se arriscam a prognósticos para além de 24 horas. Esse quadro e suas consequências vem sendo aqui discutido exaustivamente, e todos sabemos que enquanto a crise política não for superada, as dificuldades persistirão. De todo modo, a roda não pode parar de girar.
Nesse sentido, podemos apontar com bastante conforto que a apresentação pela Federação das Indústrias do Ceará - FIEC dos resultados do projeto “Rotas Estratégicas Setoriais” para os segmentos de Eletrometalmecânico e Energia, são um alento nesse oásis de boas notícias. Os dois documentos, de um total de treze rotas contempladas pela iniciativa – escolhidas, por sua vez, por cerca de 250 especialistas em desenvolvimento regional, em trabalho intitulado “Setores Portadores de Futuro”, primam pela qualidade, constituindo-se em planejamento inédito e ousado.
O esforço conjunto dos “Setores” e das “Rotas Estratégicas” pode ser resumido em três grandes colaborações para o desenvolvimento industrial, com notáveis rebatimentos também para os demais setores da economia. Em primeiro lugar, a identificação dos setores e áreas com maiores possibilidades para induzir o desenvolvimento econômico, seja pela capacidade instalada, ou por aproveitarem as diversas vantagens comparativas regionais ou, ainda, por serem fundamentais para o dinamismo de outros segmentos.
Em segundo lugar, a construção de um roadmap para cada área ou setor indutor do desenvolvimento industrial, isto é, um planejamento das visões de futuro para os próximos 10 anos para esses segmentos. Para tanto, inclui, além de um diagnóstico amplo da situação atual, a visão de futuro que se deseja construir, a identificação das barreiras e fatores críticos que podem impedir essa visão e, especialmente, o que é necessário para eliminar esses obstáculos.
Como terceira grande contribuição, tem-se a possibilidade de se monitorar, continuamente, todo o empenho dedicado a essa construção do futuro. Ou seja, com a governança haverá sempre maior controle sobre as ações necessárias à concretização das visões de futuro. Um efeito direto é a notável articulação entre os diversos atores em prol do crescimento da atividade industrial no estado.
Dessa forma, as propostas incluem a construção de futuro, seguindo rigorosos padrões de gestão. Trata-se, então, de planejamento sem precedentes na história do Ceará, um esforço amplo envolvendo academia, governo e demais instituições para uma agenda convergente buscando impulsionar investimentos, identificar tecnologias-chave para a indústria local e apresentar trajetórias possíveis e desejáveis para cada um dos setores/áreas estratégicos.
A estrada para o futuro, portanto, está sendo, criteriosamente e coletivamente, pavimentada. |