Informativo da Federação das Indústrias do Estado do Ceará • 18 de março de 2016 • www.sfiec.org.br
Destaques econômicos em segundo plano
A semana, mais uma vez, foi tomada pela agenda política, com ampla cobertura pelos órgãos de comunicação, especialmente pela nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil. Até mesmo publicações especializadas em Economia deixaram os destaques econômicos em segundo plano. A instabilidade política do País falou mais alto, aqui e na imprensa internacional.
Porém, nossa análise se concentrará em como o mercado reagiu a tudo isso, e sobre quais reflexões econômicas devem ser feitas nesse momento. É importante destacar que o mercado financeiro, diante de um cenário político complexo e indeterminado, tende a se concentrar em ações de curto prazo, o que provoca alta volatilidade.
Durante a semana, com o aumento das chances de ruptura do Governo Dilma, e diante de uma perspectiva de uma política econômica mais favorável aos mercados, a bolsa brasileira cresceu expressivos 6,6% na quinta-feira, enquanto que o dólar comercial fechou a R$ 3,650, uma queda de 2,37% - a maior variação percentual desde 3 de novembro do ano passado. Para contratos futuros, o dólar esteve cotado a R$ 3,649, uma redução de 2,87%. Influenciado por isso, o Banco Central informou que irá reduzir o volume de rolagem dos contratos de swap cambial que estão vencendo.
Ao mesmo tempo, analistas da bolsa de valores entendem que há muito espaço ainda para futuras valorizações, notadamente por causa da perda de 50%, em dólar, do Ibovespa, nos últimos três anos. Esses resultados podem ser atribuídos a dois fatores: o ambiente de menor aversão a risco no exterior e, principalmente, o noticiário político local, que foi o maior determinante para esses movimentos positivos do mercado. A expectativa de mudança de governo – e, obviamente da política econômica – tem melhorado o humor dos investidores e reduzido o preço dos prêmios de risco. Mas, vale repetir, esse cenário é de curto prazo.
Para retomada do crescimento, entretanto, o Brasil precisa resolver seus problemas políticos, para que possa ampliar a responsabilidade fiscal, impor criterioso ajuste de gastos, revisar os juros - sem comprometer a meta de inflação – e, fundamentalmente, sem produzir qualquer dano ao processo democrático. Esse desafio, certamente, seguirá despertando a atenção de todos.
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