Informativo da Federação das Indústrias do Estado do Ceará • 4 de março de 2016 • www.sfiec.org.br
Efeitos da Lava Jato na economia
A condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio da Silva Lula pela Polícia Federal para prestar depoimento na 24ª fase da Operação Lava Jato nesta sexta-feira, e o vazamento das declarações do senador Delcídio Amaral (PT-MS), que relacionaria a presidente Dilma com o esquema do Petrolão, com o possível envolvimento do ex-presidente Lula, deram o tom da semana na esfera política, com reflexos diretos na economia.
A Bovespa fechou em forte alta, com o quarto avanço seguido; os destaques positivos no setor produtivo foram as ações da Petrobras, Vale (leve alta nos preços dos minérios de ferro na China) e Usiminas (setor siderúrgico teve novamente expressivos ganhos). Finalmente, também o dólar recuou pelo terceiro dia consecutivo.
Mas como relacionar notícias extremamente desfavoráveis para o governo com bons resultados na economia? Pela maior perspectiva de mudanças no cenário político, que eleva a confiança dos agentes nos diferenciais econômicos positivos do País, os quais continuam existindo, apesar de um tanto quanto sobrepostos pelos péssimos desempenhos recentes.
Para a próxima semana, a expectativa é que a política continue atuando fortemente no humor dos indicadores econômicos. Isso, porque a já muito desgastada governabilidade pode se acentuar, em vista da possibilidade de que nos próximos dias a nova fase da Lava-Jato inclua outros nomes relevantes na política nacional.
Para além do cenário político, a semana registrou um dado considerado emblemático para se entender o atual momento econômico do País. Tivemos em 2015 o pior resultado de crescimento em 25 anos – retração do PIB de 3,8%, o menor desde que a série histórica atual começou, em 1996.
Naturalmente, a recessão de 2015 era esperada, afinal, passamos por turbulência desde que provocamos o descontrole das contas públicas, com excessivos gastos de 2008 a 2012, e com medidas desastradas da chamada Nova Matriz Econômica.
De todo, não podemos menosprezar os bons ventos econômicos soprados nessa semana.
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